O comportamento operante abrange um leque amplo, da atividade humana dos
comportamentos do bebê de balbuciar, de agarrar objetos e de olhar os enfeites do berço aos mais
sofisticados, apresentados pelo adulto. Como nos diz Keller, o comportamento operante "inclui todos
os movimentos de um organismo dos quais se possa, dizer que, em algum momento, têm efeito sobre
ou fazem algo ao mundo em redor. O comportamento operante opera sobre o mundo, por assim dizer,
quer direta, quer indiretamente". A leitura que você está fazendo agora é um exemplo de operante
assim como escrever uma carta, chamar o táxi com um gesto de mão, tocar um instrumento etc.
Para exemplificarmos melhor os conceitos apresentados até aqui, vamos relembrar um
conhecido experimento feito com ratos de laboratório. Vale informar que animais como ratos, pombos
e macacos - para citar alguns -foram utilizados pelos analistas experimentais do comportamento
(inclusive Skiner) para verificar como o ambiente interferiam nos comportamentos. Tais experimentos
puderam fazer afirmações sobre o que chamaram de leis comportametais. Um ratinho, ao sentir sede
em seu habitat certamente manifesta algum comportamento que lhe permita satisfazer a sua necessidade
orgânica. Esse comportamento foi aprendido por ele e se mantém pelo efeito proporcionado: saciar a
sede. Assim, se deixarmos um ratinho privado de água durante 24 horas, ele certamente apresentará o comportamento de beber
água no momento em que tiver sede. Sabendo disso, os pesquisadores da época decidiram simular esta
situação em laboratório sob condições especiais de controle, o que os levou à formulação de uma lei
comportamental.
Um ratinho foi colocado na "caixa de Skiner" - um recipiente fechado no qual encontrava
apenas uma barra. Esta barra, ao ser pressionada por ele, acionava um mecanismo (camuflado) que lhe
permtia obter uma gotinha de água, que chegava à caixa por meio de uma pequena haste. Que resposta
esperava-se do ratinho? - Que pressionasse a barra. Como isso ocorreu pela primeira vez? - Por acaso.
Durante a exploração da caixa, o ratinho pressionou a barra acidentalmente, o que lhe trouxe, pela
primeira vez, uma gotinha de água, que devido à sede, fora rapidamente consumida. Por ter obtido
água ao encostar na barra quando sentia sede, constatou-se a alta probabilidade de que, estando em
situação semelhante, o ratinho a pressionasse novamente. Neste caso de comportamento operante, o
que propicia a aprendizagem dos comportamentos é a ação do organismo sobre o meio e o efeito dela
resultante - a satisfação de alguma necessidade, ou seja, a aprendizagem está na relação entre uma ação
e seu efeito.
Este comportamento operante pode ser representado da seguinte maneira: R-S, em que R é a
resposta (pressionar a barra) e S (do inglês stimuli) o estímulo reforçador (a água), que tanto interessa ao
organismo; a flecha significa "levar a". Esse estímulo reforçador é chamado de reforço. O termo
"estímulo" foi mantido da relação R – S do comportamento respondente para designar-lhe a
responsabilidade pela ação apesar de ela ocorrer após a manifestação do comportamento. O
comportamento operante refere-se à interação sujeito ambiente. Nessa interação, chama-se de relação
fundamental à relação entre a ação do indivíduo (a emissão da resposta) e as consequências. É
considerada fundamental porque o organismo se comporta (emitindo esta ou aquela resposta), sua ação produz uma alteração ambiental (uma consequência) que, por sua vez,
retroage sobre o sujeito, alterando a probabilidade futura de ocorrência. Assim, agimos ou operamos
sobre o mundo em função das consequências criadas pela ação. As consequências da resposta são as
variáveis de controle mais relevantes.
Pense no aprendizado de um instrumento: nós para ouvir seu som harmonioso. Há outros
exemplos: dançar para estar próximo do corpo do outro, mexer com uma garota para receber seu
olhar, abrir uma janela para entrar luz, etc.
“Você não entende a natureza humana, a menos que saiba por que uma
criança num carrossel acenará para os pais toda vez que der uma volta... e
por que seus pais acenam de volta.” William D. Tammeus
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