Esta matéria foi desenvolvida para auxiliar você, Detetive, decidido a desenvolver seu CONHECIMENTO BÁSICO neste setor. Existe algo que, praticamente quase todos nesse setor desconhecem: Tais dispositivos somente serão eficazes quando forem designados e projetados para seus fins específicos. Exemplo pela qual agências de inteligência do mundo inteiro desenvolvem suas próprias escutas clandestinas, pois sabem quando, onde e como utiliza-las. Torna-se óbvio que aparelhos vendidos indiscriminadamente e sob produções massivas jamais podem intitular-se "Profissionais", uma vez que utilizam esquemas idênticos, frequências conhecidas e técnicas comuns.
Na prática os equipamentos clandestinos não se restringem somente ao uso de Micro-Transmisssores e Gravadores, como usualmente nos limitamos a observar. Compõem-se dentro de uma vasta gama de circuitos engenhosos: Equipamentos Infravermelhos, Ultra-Violeta, Laser, Ultra-Som, Corrente Portadora (Telefone ou Rede), Emissão Secundária, Salas Quentes, Amplificadores Parabólicos de Som, etc. Além de poderem estar codificados, comprimidos ou pulsados!
Os DISPOSITIVOS CLANDESTINOS são classificados primariamente na Contra-espionagem conforme seus aspectos físicos e de irradiação, sendo:
1- Bugs Acústicos
2- Bugs Ultrasonicos
3- RF Bugs (Rádio- Frequência)
4- Bugs Óticos
5- Bugs Híbridos
Também são classificados RF Bugsem NÍVEIS DE SEGURANÇA. Estes , sendo de muito maior importância na Contra-Espionagem, pois dependendo do nível em que se encontra o dispositivo clandestino, consegue-se identificar a especialização do indivíduo que o introduziu, podendo-se ter idéia dos riscos que a vítima estabeleceu!
NÍVEIS DE SEGURANÇA
NÍVEL 1-- Transmissores de BAIXA QUALIDADE, com potências acima de 50 mW, métodos de modulação comum, como AM, FM e de construção rudimentar, FACILMENTE RASTREÁVEIS. Exemplos destes são geralmente encontrados em anúncios de revistas, Spy Shops e de construção amadora.
NÍVEL 2-- Bugs também de BAIXA QUALIDAD E, mas de construção massiva por empresas. Podem utilizar modulação AM, FM, OC, SSB, com frequências limite em torno de 1 GHz (1000 MHz).São facilmente encontrados em Spy Shops e Agências de Investigações, bem como FACILMENTE RASTREÁVEIS nas varreduras de Contra-espionagem.
NÍVEL 3-- Bugs de MÉDIA OU ALTA QUALIDADE, sendo o que os diferenciais são os aspectos técnicos, podendo serem manufaturados ou industrializados em pequena escala. Utiliza métodos de modulações diferenciados como NFM, WFM, FSK, PULSO, CPM, etc... ; além de emitir potências menores que 20 mW e incluir frequencias até 3 GHz, com intuito de DIFICULTAR SEU RASTREAMENTO por "Scanners" e "Sweepers" comuns.
NÍVEL 4-- Nível AVANÇADO em se tratando de Bugs, pois utiliza-se de frequencias acima de 3 GHz (até 40 GHz) e potências menores que 5 mW, além de operarem com métodos de modulação "não comerciais", como BPSK, DS/SS e QAM multi-megabit, podendo ainda estarem codificados (Scramblers) ou comprimidos em espaço de tempo (Dwell time).Técnicos ou Detetives sem equipamentos de ALTA PERFORMANCE e profundos conhecimentos neste nível, JAMAIS encontrarão ou anularão tais dispositivos na Contra-Espionagem!
NÍVEL 5-- Nível "State of the Art", desenvolvido por Agências de Inteligência de países desenvolvidos para uso próprio. Costumam ser DISPOSITIVOS COMPLEXOS apesar de INCRIVELMENTE PEQUENOS. Trabalham com largura de Banda (BW) de 500 a 800 MHz, frequências de 40 a 325 GHz e métodos de modulação "não comerciais", podendo até mesmo serem desconhecidos no mundo técnico das Agências de Detetives Especializadas. Como as potências de irradiação não ultrapassam 1mW,nessas frequências, torna-se praticamente IMPOSSÍVEL SUA DETECÇÃO sem Analisadores de Espectro de altíssima velocidade e sensibilidade, cujos valores de mercado ultrapassam US$ 50,000.00 e ainda necessitam de calibração anual.
Estes 5 NÍVEIS DE SEGURANÇA, são considerados na Contra-espionagem como BÁSICOS PARA CLASSIFICAÇÃO DE DISPOSITIVOS CLANDESTINOS podendo contudo, haver situações em que caberá ao Detetive especialista em determinar o nível de certo dispositivo, pois poderá haver características paradoxas de diversos níveis implantados nele.
Ainda nesse contexto gostaríamos de afirmar que não devemos nos iludir com qualquer que seja o dispositivo quanto ao seu nível de segurança. Um simples dispositivo de Emissão Secundária, por exemplo, baseando-se em sua construção, se limita ao Nível 1, mas, na frequência, potência e localização certa, nas mãos de um especialista, se torna tão profundamente prejudicial quanto ao Nível 5.
Outra observação importante em relação aos respectivos níveis de segurança, que poderá causar espanto aos iniciantes, está em suas POTÊNCIAS IRRADIANTES, sendo proporcionalmente menor a cada nível superior, quando muitos pensavam o contrário, justamente para se obter maior alcance. Isso se deve ao fato de que na Contra-Espionagem se torna muito fácil interceptar qualquer sinal acima de 20 mW com equipamentos convencionais de rastreio!
Mas, afinal, o que devemos fazer quando suspeitarmos de GRAMPOS, ESCUTAS OU INTERCEPTAÇÕESna empresa ou residência do nosso cliente?
PASSE AO SEU CLIENTE AS SEGUINTES INSTRUÇÕES:
1 – FAZER DE CONTA QUE NÃO SABE DA ESCUTA, pois uma mudança brusca de comportamento poderá expor seu cliente junto ao espião, tanto para o descobrimento da escuta, quanto a possíveis ataques anônimos (chantagens);
2 - Não discutir mais assuntos de importância no ambiente, ou ao telefone, e não fazer sinais visuais, pois ele também pode estar sendo filmado;
3 - Não comentar sobre esta suspeita a nenhum funcionário ou amigo próximo, pois embora aquelas pessoas possam parecer de total confiança, seu cliente não saberá de seu comportamento a partir daquele momento, nem se foram eles que implantaram o dispositivo;
4 – Se você não estiver tecnicamente habilitado, ajude seu cliente a consultar um ESPECIALISTA em Contra-Espionagem, mas tenha em mente que no Brasil inteiro existem muito poucos deles e o custo de seus trabalhos são bem elevados;
5 - Na consulta, JAMAIS utilizem telefone ou E-mail próximos a área suspeita, procure um Orelhão distante ou Cabines de Internet em Shoppings Centers, e não esqueça de deletá-los após serem enviados;
6 - Caso encontrem uma Agência de Investigações com essa especialidade, procurem conhecer o especialista, verifique se o mesmo possui Equipamentos Profissionais e conhecimento profundo na área. (Eletrônica e Telecomunicações) Procurem fornecer o mínimo de informações a ele antes de um possível acordo;
7- Sejam discretos em todos os contatos;
8 - Não contatem a Operadora Telefônica pois eles não saberão o que fazer e se limitarão apenas a retirar os grampos;
9 - Não contatem a Polícia imediatamente, pois os poucos especialistas estão na Polícia Federal. Detetives e Peritos das Polícias Civis jamais descobrirão sua origem;
10 – NÃO CONTATE AGÊNCIAS DE CONTRA-ESPIONAGEM LOCAIS pois eles mesmos podem ter grampeado seu cliente. Contate se possível, agências localizadas em outro estado;
11 – Tomar cuidado com o que se fala ao Celular e Telefones sem fio, pois podem ser facilmente interceptados;
12 - Acompanhe o serviço de perto, senão seu cliente, poderá perder dinheiro e não ter sua segurança restabelecida.
Em resumo, podemos esclarecer que o SUCESSO de uma escuta clandestina se deve principalmente as suas características, sua construção e perfeita instalação, facilitada com a maioria INEFICIENTE de técnicos da Contra-Espionagem.
"A luta pela verdade deve ter precedência sobre todas as outras." Albert Einstein